COISAS DO SOPRO DA IDADE

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O primeiro filho de mamma Penha nasceu na década de ’50 e, nesta semana, estará completando mais uma primavera. Esse cara sou eu!

Entre os jovens sessentões, parece consensual a ideia de ‘já termos nascido no lucro’; isto porque, à época, o próprio nascer era tido como uma manobra de alto risco.

Principalmente se fosse com a participação, mais empírica que científica, da famosa cesariana. O moderno e salvador recurso era tão estigmatizado que, quando empregado, criava na comunidade envolvida um clima de frustração, do tipo: “pena que NÃO foi normal, não é minha filha?!”.

-’Buáááá!!’ – gritavam mãe e rebento.

-’Glorioso São Raimundo, ninguém melhor que vós…’ – respondia o coro das comadres que puxavam a novena para São Raimundo Nonato (padroeiro das parturientes).

Aos préstimos trazidos por São Raimundo, muitos outros foram incorporados no sentido de garantir a benção maior: estarmos [até hoje] caminhando na estrada da vida. Inclusive, é bom frisar, contribuindo de forma inequívoca na elevação dos índices estatísticos relativos à idade média do brasileiro.

Por mais difícil que tenha sido esse caminho, devemos ter em mente que também foi igualmente generoso; principalmente se considerarmos o período onde era comum o consumo de alimentos com baixas taxas de conservantes e agrotóxicos – fator possivelmente responsável pelo acúmulo na milhagem da sobrevida.

Logo aprendemos a transformar a aridez do terreno em poesia: vi tanta areia, andei / da lua cheia, eu sei / uma saudade imensa… Havendo sede, bastava fecharmos os olhos e bebermos na lembrança da primeira Coca-Cola (que) foi, me lembro bem agora, nas asas da Panair – onde também descobrimos que as coisas mudam e que tudo é pequeno.

Apesar das turbulências, sempre que pintava medo ou cansaço, continuávamos caminhando e cantando, e seguindo a canção. Pouco importava se estávamos contra o vento, sem lenço e sem documento; ou mesmo parados, no cruzamento da Ipiranga com a Avenida São João.

Durante um bom tempo, o caminho se fez suave. Havia um Glauber, lotado de ideias e com uma câmera na mão; um Jobim, ocupado em lapidar uma nova canção; um Henfil, com o seu traço sutil; e o encanto no canto de uma Elis.

Houve dias em que as tardes caíam feito viaduto, não obstante o arquiteto Chico ter demonstrado ser possível levantar tijolo com tijolo, num desenho lógico. Nessa construção, foi providencial ter contado com a régua e compasso do mestre Gil.

Por tudo isso, e muito, muito mais, sinto-me feliz e agradecido ao generoso DEUS, por estar (quase?)inteiro, carregado de boas lembranças, caminhando em família, recebendo netos, cultivando amigos, e com fôlego para apagar um monte de velinhas e acender novos horizontes. Pfuuuu!

Quer uma fatia?!

CD Ricardo Lombardi

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2012, um ano difícil. Será 2013 melhor?

No balaio desse ano que se finda, como sempre encontram-se, às pencas , todas as nossas e as deles, variadas e incontáveis mazelas e vicissitudes. Impressão que deixam esses 356 dias é que se teve mais problemas a enfrentar, mais dificuldades a superar, mais desafios a vencer. Menos ilusões, porém não menos sonhos, como é típico do ser humano, que busca sempre o inatingível, como se o que está ao alcance das mãos não bastasse, mesmo que elas deixem escorregar pelos dedos os excessos, tanto de bondades como de maldades.
Me pergunto se toda essa vivência, turbulência, agitação constroem alguma coisa sólida, tanto para o físico quanto para nosso lado emocional e espiritual. Seremos pessoas melhores? Serão as pessoas melhores? Contradizem-nos as crianças assassinadas em Newtown (EUA), as atrocidades dos regimes totalitários espalhados pelo globo terrestre, a desfaçatez dos corruptos, a ignorância que grassa nas populações, os indigentes largados nas ruas do mundo, as cracolândias que se disseminam sem nenhuma medida contra esse flagelo que dê certo. Incompetência é uma palavra que se banalizou e se perde nas burocracias e descaminhos de todas as esferas, não só de todos os governos mas aí também entidades, autoridades, gestores e nós próprios que não cobramos deles atitudes e concretudes.
2012, o ano em que Niemeyer foi-se embora para rabiscar sua genialidade no infinito, que Chico Anísio parou de fazer graça e que o piano de Brubeck silenciou. Mas foi também o ano que BB King mostrou sua grandeza naquela figura frágil e alquebrada em palco brasileiro. O ano em que o STF provou sua real função, nada mais simples do que fazer justiça.
2012, que veio para mostrar a fragilidade da vida, que pode sumir num suspiro, mas também a força que determina quão pequenos somos e quão grande pode ser a ciência, a dedicação, a habilidade, a maestria daqueles que cuidam de nossos entes queridos, e a ironia de tudo o que é material e que nos prende a pequenas coisas, pequenos gestos, às vezes mesquinhos, à vezes bondosos. E o mistério da vida dividida entre o que ficou no passado, sem registro do presente, encapsulada na figura que me custa reconhecer e nela encaixar o essencial: a alma, o espírito, a mente, estão todos ali mesmo que fugidios, mas identificados. Também isso é uma confirmação da essência do indivíduo, sua assinatura indestrutível, que me espanta.
Diz-se que o futuro, nesse caso leia-se 2013, se calca nas experiências passadas e depende de cada um empregar aquele conhecimento já experimentado olhando para frente. Seremos sábios o suficiente para isso, para esse gesto que exige determinação, engajamento? Fica aqui essa incógnita: conseguiremos ser pessoas melhores?
2013, por enquanto, depende apenas de cada um de nós para dar direção a essa caminhada. Fatalidade? Não, livre arbítrio e disso resulta o caminho a ser percorrido e suas consequências.
Que se tenha discernimento e força moral. Um brinde à consciência.

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Viajanet deixa passageiro na mão

Rodrigo Bueno Moraes

No dia 1º de abril, comprei um bilhete aéreo pela VIAJANET para compartilhar da alegria pelo casamento de um grande amigo, no dia 28 de abril, em Miami, Flórida. Na manhã de hoje, entrei no site da companhia AEROSUR para confirmar o voo e o local de embarque em Guarulhos. Para minha surpresa, a resposta foi:

– Senhor, essa rota não existe mais…

Como assim? Eu viajo amanhã! Só pode ser brincadeira! Como isso é verdade, se vocês nem me avisaram?

– Senhor, a Viajanet não nos passou o seu contato.

Mas então ela deveria ter me avisado. Quer dizer que se eu não ligo também não descubro, ou descubro lá no aeroporto… E agora? O que faço?

– Peço para verificar com eles a razão disso… Mais alguma coisa, senhor?

Após infindáveis contatos com pessoas que representam o “SISTEMA” da VIAJANET (normalmente lento ou fora do ar, pelo menos no dia de hoje), fui informado de que deveria aguardar um tempo até o seu departamento de viagens internacionais resolver a questão.

A princípio me “prometiam” disponibilizar outro voo… Foi o que falou um inseguro atendente de telemarketing, ao primeiro contato. Após horas de uma espera sem fim, chega a informação oficial:

– Senhor, a companhia pensa em reembolsar o valor do bilhete, mas não pode recolocá-lo em outro voo de outra empresa.

Mas e o casamento do meu grande amigo? O hotel que já paguei e pelo qual dificilmente serei ressarcido? O que faço?

– Senhor, é isso o que podemos fazer, recomendo procurar a AEROSUR para pedir o reembolso. Posso ajudá-lo em mais alguma coisa?

E a Viajanet? Não pode fazer nada? Comprei a passagem na página dela. Ela manteve o voo anunciado lá, e a credibilidade da empresa? Você compraria um novo bilhete aéreo de uma empresa que atua dessa forma?

– Lamento, senhor, é isso

Em contato com outros amigos descobri que esse não foi o primeiro registro sobre o tema. Outras pessoas adquiriram passagens para Miami pela AEROSUR e bingo, foram tratadas da mesma forma.

Se a AEROSUR tem algum problema sério, cabe a quem revende seus bilhetes ALERTAR seus clientes, certo?

Lá se vai a viagem, os planos, dinheiro previamente gasto para viabilizar a contratação dos serviços pelos quais penarei atrás de algum reembolso (sabe lá se, quando e quanto), os momentos com os amigos queridos, as encomendas da família e muitas horas de trabalho perdidas tentando solucionar uma questão sem volta…

Quanta falta de compromisso com o consumidor. Agora terei de perder mais tempo atrás do reparos aos danos a que fui submetido.

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Muito prazer, Fiona Evangeline Fernandes Mulder, uma bebê contemporânea

April 25, 2012 1 comment

Fiona, nome de origem celta, significa fada branca ou princesa. Evangeline, de origem latina, é a que traz boas novas. Pois é, amigos, é este o nome da mais nova bebê da família Edita, filha da Mel (Brasil) e Jan (Escócia, com pais de origem indonesiana e holandesa) e que moram em Bremen, Alemanha. Fiona Evangeline é netinha  do dr. Lucas, maranhense de boa cepa. E irmã da Valentina, já com 5 anos e nascida também em Bremen, mas registrada na Holanda.  

Como podem ver, tudo muito contemporâneo. E o que temos, nós do blog Boca Pequena/Sweetbarros  a ver com tudo isso? Muito nos diz respeito, vejam só: Melânia Fernandes,  a mãe, jornalista, fez parte de nossa equipe muito tempo e há mais tempo é nossa amiga/irmã de coração. Ela diz até que sou madrinha da Valentina, embora sem batismo (na Alemanha se paga o lixo pelo chip da lata e se paga pela religião que escolher praticar). Mas, digamos, sou madrinha de honra, com muito orgulho e adoro essa pequena que já fala português com a mãe, conosco quando vem nos visitar todo ano, inglês com o pai, alemão na escola e o que mais vier pela frente, pelo jeito.

Agora, dia 11 de abril, nasceu Fiona Evangeline que deixou os pais e o resto do mundo sem saber qual era o sexo já definido há 9 meses porque o casal prefere a surpresa do nascimento. E veio mais uma menina. Mas esse nome de princesa só foi escolhido lá pelo dia 22. A curiosidade era geral. Os pais não queriam nem um mínimo a menos que Valentina, além da pronúncia germânica prejudicar a sonoridade de sílabas e letras comuns para todos nós deste lado do mundo.  Com todos esses ingredientes, uma escolha difícil. Mas Fiona Evangeline veio para arrasar, surpreender e ganhar.

Já soubemos que Fiona Evangeline é clara, não tem a mesma cor de chocolate muito ao leite da Valentina.  E que Valentina está muito feliz com a irmãzinha. O mais difícil? Vamos ter que torcer para a família toda vir este ano ao Brasil e esperar ansiosamente pelo momento de conhecer a sua mais nova integrante.

 Por enquanto, à distância, mandamos à pequena Fiona Evangeline um sonoro BEM-VINDA a este mundo do qual ela vai fazer parte pelo resto da vida. Que ela seja muito feliz, saudável e traga muitas alegrias a todos, que tenha  doçura e  esperteza, ingredientes vitais à sobrevivência. Tenha a certeza, pequena Fiona Evangeline, que será  muito querida por todos nós, numa extensão do carinho que acumulamos pela Valentina desde que ela nasceu.

Família Edita   

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Que venha o Dia do Salvadentes…

April 20, 2012 2 comments

Aos 40 anos de vida posso dizer que sou da época em que os dias 21 e 22 de abril eram feriados nacionais. O primeiro em homenagem a Tiradentes e o segundo pelo Descobrimento do Brasil.

Os anos passaram e, para a surpresa de muitos, apenas o primeiro resistiu. Mas quem foi o personagem capaz desse feito?
Nas minhas lembranças da escola estão as músicas e os relatos sobre os feitos do Mártir da Independência
Não há como não recordar das aulas de História do Brasil, onde entusiasmados professores comentavam sobre as passagens daquele ourives das Minas Gerais, que utilizava as suaselaboradas ferramentas de trabalho para atuar, além dos limites das jóias, como um destacado “dentista prático” – uma vez que não existiam escolas de odontologia naquela época…
Na Faculdade de Odontologia, aprendi que o ourives fora escolhido patrono da odontologia brasileira. As nossas associações e entidades de classe citam Tiradentes como um símbolo de pioneirismo aos inúmeros brasileiros que – como eu – optaram por dedicar a sua vida a essa profissão da saúde…
Mas Tiradentes não se tornou esse mito pelos feitos, até aqui, descritos. Seu lugar na história é assegurado por integrar e liderar um movimento contra os abusos na cobrança de taxações pela coroa portuguesa – a nossa “mãe gentil” na ocasião.
Tão gentil que violentamente reprimiu as “bravatas dos reclamões” liderados pelo senhor Joaquim José da Silva Xavier. Não demorou muito ele foi preso, condenado e, finalmente, enforcado em praça pública no dia 21 de ABRIL de 1792.
      – ” Que sirva de exemplo aos que tentarem enfrentar a poderosa coroa portuguesa”, declararam os amigos da “dona do pedaço” na ocasião.
Os anos passaram. E os alicerces das reclamações de Tiradentes & Cia foram desfeitos – um a um.
Aboliu-se a escravatura, veio a independência do Brasil, caiu a monarquia, nasceu a República, vieram as ditaduras, voltamos à república democrática, chegou o século XXI, o Brasil cresceu…
Os anos passaram e os Tiradentes de hoje evoluíram muito. São estudados, capazes de salvar e devolver dentes perdidos. Muito além disso – podem colaborar com a beleza dos sorrisos, oferecer qualidade de vida e auxiliar as outras profissões de saúde a salvar vidas.
O mundo evoluiu, a história cresceu, nossas perspectivas melhoraram. Mesmo assim não há como “tapar os olhos e os ouvidos” ao mal que insiste em perdurar…a síndrome do colonialismo que nos assola.
Após todas as vitórias e conquistas nominadas, ainda vivemos à mercê das vontades de um rei sem coroa, muito mais rico, cruel e disfarçado do que enfrentou Tiradentes.
Esse “novo reinado” é dividido por alguns privilegiados brasileiros, escolhidos para defender os interesses da nação e que se esquecem disso quando chegam lá. Boa parte deles atua nas esferas dos poderes legislativo e executivo dos estados, municípios e da federação, legitimados pelo voto obrigatório, embora suas vidas pregressas não obrigatoriamente precisem de comprovação sobre a idoneidade.
Os novos reis são tão hipócritas que quando buscam se eleger criticam taxas e impostos, mas quando lá chegam não abrem mão do crescimento da arrecadação de impostos, conforme mostram os bilhões e bilhões de reais que não param de subir nos registros do painel do impostômetro, no centro da cidade de São Paulo.
O drama é que arrecadam o nosso dinheiro e não nos devolvem na forma de saúde, transporte público, saneamento e educação a contento – conforme o previsto pela constituição e bom senso (coisa rara nos dias de hoje).
Para piorar destinam nosso dinheiro, sem consulta pública à nação:
– aos seus próprios bolsos;

– para amigos da onça, como a FIifa e seus torneios de futebol;
– para operações não contabilizadas das cachoeiras e mensalões da vida;
– aos pagamentos das taxas absurdas de juros aos créditos que contraímos para o seguimento das nossas vidas.
Boa parte das verbas que trabalhamos, de janeiro a maio de cada ano,  para pagar aos cofres da “coroa brasileira disfarçada de república democrática”, são administradas por INCOMPETENTES bem piores do que aqueles da coroa portuguesa.
Piores pois roubam de cidadãos que repartem o mesmo solo e a mesma pátria desses bandidos de colarinho branco que seguem no centro das decisões, livres de punições e que não estão nem aí se a corda da forca segue nos pescoços repletos de impostos & juros para pagar…
Se Tiradentes voltasse ao mundo, seria capaz de salvar dentes e devolver sorrisos pelas grandes evoluções da nossa odontologia, mas igualmente incapaz de impor dignidade aos sem alma que continuam no poder.
Neste 21 de abril, desejo mais Salvadentes e brasileiros, com aquele espírito de indignação!
Rodrigo Guerreiro Bueno de Moraes é cirurgião-dentista e consultor científico da Associação Brasileira de Odontologia. 
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O trem da informação

Das inteligentes cabecinhas dos jornalistas sai um texto com tudo o que é preciso. Sucinto, claro, correto, mas atraente. E assim, da Redação segue para a web, para o face, para a fan page, para os grupos, para o twitter, para os olhos, ouvidos e boca do povo que interessa.

E haja coordenação e logística para tudo dar certo, a partir do boletim eletrônico ou impresso,  a hospedagem no site,  o disparo para o mailing escolhido, a publicação no próprio site, a replicação da informação, a clipagem do aproveitamento, ou seja, o resultado final de todo o trabalho.

Parece  um longo caminho, mas a aspiração máxima é que leve só o tempo necessário à criação do texto/foto/diagramação para daí em diante virar uma linha de montagem atenta, perseguindo os acertos e não os erros.

É o caminho da multiplicação da informação nos dias de hoje. Que de milagre pouco tem, como dá para ver apenas seguindo todos os passos dos parágrafos acima. Há sim, muita transpiração,  inspiração, tecnologia e mão na massa, ou seja, no mouse. Mas, mesmo assim,  se diz em Redação quando se chega ao fechamento de um jornal, revista ou qualquer outro meio cujo destino é o leitor: “fez-se mais um milagre!”. Porque são tantas as variáveis, os empecilhos, as aprovações, e o que nos rege diariamente: os prazos, que às vezes parece impossível  chegar ao final com sucesso.

E esse trem, depois que sai da estação real ou virtual, não para mais até o seu destino, mexendo suas engrenagens e deixando fagulhas por onde passa.  No dia seguinte, para a Redação, o assunto  já está na prateleira da memória e nos portfólios, é leite derramado, para o bem ou para o mal. E se começa tudo de novo para outro produto, outro cliente, outro público.

O que mudou nos últimos tempos  nas Redações de empresas e assessorias de imprensa? O fator gente. Os interlocutores que habitam esses novos espaços(nem tão novos, mas ainda os mais novos) são como lenha na máquina do trem. Potencializam inimaginavelmente a comunicação, seja de que área for. O universo em que o jornalista gravita, hoje, é  restrito fisicamente (basta um computador, um celular), mas tem a imensidão virtual, atravessa fronteiras, derruba muros, vai além exatamente porque ele sai de seu quadrado e entra no do amigo que tem outra profissão, que alcança um espectro diverso mas nem por isso menos interessante.

É uma bela jornada. Movida, na verdade a um trem bala. Viaje conosco.

 

PS: Dedico esse texto à minha equipe que faz esta viagem diariamente comigo e com o Joaquim, na Edita. Valeu Rafa, Jr., Tô e Diego. E também a todos que compartilham conosco esse caminho da informação.

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Cadê vocês?

April 10, 2012 1 comment

Amigos boquistas, boqueiros, bocantes, onde fomos parar todos nós? Ou melhor, por que paramos todos nós? Poxa, este projeto é tão legal… Vou ter que apelar a Jane e Herondy? http://www.youtube.com/watch?v=84Rm2ugwxd4

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Prima Vânia e o não-morcego

March 2, 2012 1 comment

Não, não, não! Eu não vou contar nenhuma história de morcego envolvendo a prima Vânia na casa antiga da Ilhabela. Até porque a memória é traiçoeira e é capaz de esconder este ou aquele detalhe sórdido de um momento inesquecível que acabou sendo apagado dos álbuns familiares de fotografia. Aliás, não há fotografia que comprove a história, portanto, só há lembranças espalhadas aqui e acolá e não haveria porque registrá-las em álbuns de fotografias. Assim, como diria Aldir Blanc, esqueci nossos momentos inesquecíveis.
Poxa, prima Celinha, você foi evocar justo as minhas precárias capacidades memorialísticas! Eu que atuei bravamente como guarda-costas da Prima Vânia nas praias da Ilha. Os carros passavam e os galantes cavalheiros gritavam: “Ô, gostosona!”. Eu era inflexível nessa época e batia com o cruzamento dos braços uma garbosa banana para os agressores da minha protegida, que desfilava seus dotes a bordo de um covarde biquininho. Eu era ingênuo e nem percebia isso, é claro!
Mas o caso não envolve ensolarados passeios na praia. Tratamos do suposto caso de um morcego e nossa querida prima Vânia em uma noite esquecida nos tempos. Saudosos (mas esquecidos) tempos em que a casa da Ilha não tinha forro sob as telhas coloniais. Frequentemente, éramos visitados por seres dos mais variados tamanhos, formas, origens e trejeitos em uma gama que ia dos sinfônicos pernilongos aos curiosos ratos de batente de porta.
Isso sem contar a bizarra coleção de insetos moradores nas cavidades de tocos, troncos, cascas e galhos coletados pela vó Donária nas praias de Itaquanduba e Engenho D’Água e dependurados nas paredes ou apoiados nos cantos da casa. Ah, e havia os visitantes de curta ou longa temporada, que entravam na casa de teto baixo e provocavam furor entre os habitantes de temporada (leia-se furor como gritos histéricos por conta de baratas voadoras, besouros e, quem sabe, morcegos visitantes).
Reza a lenda que, certa noite, surgiu um morcego abelhudo sabe-se lá por qual janelão colonial da velha casa da Ilha e pôs os ocupantes de cabelo em pé, especialmente as ocupantes do gênero feminino (espécie do tipo “me esguelo ma non troppo”). Não porque o referido quiróptero tivesse qualquer semelhança com Adam West ou Christian Bale, caramelados intérpretes de Batman, mas porque fosse feio e assustador feito história de vampiro pobre.
E era um pobre morcego esquálido, claudicante, todo lascado, daqueles que apanham até de rato de gaiola.
Eu não vou contar história alguma sobre o embate cultural que se seguiu. Algumas fontes revelam que a prima Vânia ficou mais assustada que sertanejo em dia de queda de satélite na roça. Outras fontes garantem que ela nem ligou para o bichinho alado, irritada com os gritinhos das demais (Celinha, você seria uma delas, mas eu não vi, eu não estava lá!). E depois da confusão, o pobre mamífero, que era um frugívoro, diga-se de passagem, fugiu assustadíssimo tecendo toda a sorte de guinchos indignados do tipo “que bando de loucas, Deus me livre, sô!”.
Segundo observadores internacionais, o que teria se seguido após o acalmar de ânimos foi um bate-boca entre as primas tronitruantes Celinha, Suely e Rejane, de um lado, e Vânia do outro. Esta última teria zombado da desmilinguida reação das primas diante do vôo inesperado do comedor de frutinhas, com afirmações do tipo: “para quê essa gritaria?” ou “Eu nem liguei para o morceguinho”.
Se eu fosse contar essa história, teria que abrir um parêntesis neste momento para lembrar que havia uma animosidade acumulada entre as primas (primos incluídos) e a minha querida Prima Vânia. Como as viagens para a Ilha eram realizadas com escassos recursos financeiros (uma pindaíba desgraçada, melhor dizendo), não havia mordomia, nem comida especial. Todo mundo comia a mesma coisa. Prima Vânia, entretanto, ia com mesadinhas de férias e podia dar suas fugidinhas até o Armazém do Ernani para comprar cobiçadíssimos belisquetes como chicletes Ping-pong (hoje chamariam Tênis de Mesa), pés-de-moleque Confiança, paçoquinhas Amor, Dadinhos Diziolli e, pasmem, Coca-Cola, um luxo praiano naqueles tempos.
Mãe Iza e Tia Landa eram boas filhas do Antônio Cintrão, que herdaram do pai a objetividade filosófica de um operador de trator sem freios na ladeira. “Vânia”, teriam dito elas, “se você não compra o suficiente para dividir entre todos, melhor não comprar”. Mas a prima comprava e bebia/comia escondida. Ora, os primos percebiam e ficavam chateados.
Pois bem, fechado o parêntesis, revelam os levantamentos no sítio arqueológico da Ilha que, após o embate, a prima Vânia teria se recolhido a um dos dois quartos sem forro, com paredes pouco mais altas que a porta. E um dos primos (sujeito malvado, mas muito malvado), também levado pelas emoções do momento, jogou no quarto, por cima da parede, uma velha luva da vó Donária, marro, meio mofada, aos gritos de “Olha o morcego!!!”.
Não acho justo contar. Mas o que se diz é que a prima Vânia saiu em disparada do quarto, com gritinhos inacreditavelmente esganiçados, desesperada de medo, para alegria geral. E um não-morcego entrou para a antologia familiar.
Depois desse episódio, nunca mais fui convidado para passear com a prima Vânia na praia. Mas essa é outra história que não vou contar. Não adianta insistir. Não, não, não.

Quem controla esse barulho?

January 19, 2012 2 comments

A questão é a seguinte: você quer ouvir sua música com volume bem alto? Compre um MP3 e fique surdo sozinho. Eu não preciso participar da sua mutilação auditiva. Nem precisam participar as centenas de pessoas dos caminhos por onde você passa com o seu carrinho barulhento. Pior do que ser um vizinho barulhento de alguém, você é um vizinho barulhento móvel, um chato que impõe sua chatice a vizinhos aleatórios. Você é vírus de uma doença social: o desrespeito sem causa.

Nem sei se existe Lei do Silêncio em São José dos Campos (SP), onde moro, para controlar pessoas inconvenientes como você. Deve ser difícil legislar sobre o interior de veículos, ou melhor, sobre o som absurdamente alto de alguns aparelhos de som em veículos. Deveria haver um meio de controlar essa insanidade poluidora que se multiplica na cidade. Motoristas que desfilam seu mau gosto musical em dezenas de decibéis acima do razoável.

Móveis, esses barulhentos já fazem estragos. Mas o pior não é isso. Às vezes param em frente à casa de um amigo ou namorada e resolvem oferecer seu som ensurdecedor como presente ao bairro. Não importa a hora, não importa o dia. O que importa é não se importar com quem quer que seja.

É caso de polícia? Não deveria ser. A polícia tem mais o que fazer. Mas acaba sendo, porque a encrenca é maior se o cidadão comum vai tomar satisfações dos barulhentos. São malcriados e se acham no direito de desrespeitar o mais leve protesto ou reclamação. Alguns se comportam como arruaceiros de gueto.

O enfrentamento desses mal comportados deveria ser caso de leis severas que punissem seus abusos. Multas municipais, cassação de carta, confisco do veículo. Mas nada acontece. Talvez porque haja interesses comerciais por trás disso.

Quem sabe fosse o caso de controlar a venda dos apetrechos eletrônicos que transformam veículos em privadas musicais com descargas barulhentísssimas. Quem sabe não seja o caso de controlar o mal pela raiz?

Não tenho nada contra quem prefere perder tempo e dinheiro ouvindo porcarias em som altíssimo, desde o faça sozinho ou com os amiguinhos em locais distantes da cidade, sem importunar a vida alheia. O melhor seria procurarem cavernas.

Em tempos de preparação de campanhas eleitorais, em que jogadores de futebol, artistas e bandidos envernizam suas celebridades em busca de futuros votos, seria bom que políticos sérios e honestos mostrassem a que vieram. Não é possível que uma cidade que busca incorporar a imagem de moderna e tecnológica ainda tenha em suas ruas essas carrocinhas de exibição barulhenta juvenil.

A violência não se apresenta apenas pelas drogas, pelo álcool e pelas armas. Ela está embutida em atitudes desrespeitosas como essas, de jovens mal formados, deseducados e cínicos, que abusam do silêncio de quem tem mais o que fazer. É preciso dar um basta a essa onda de barulhentos.

Maurício Cintrão

O Maranhão e a oposição da oposião

December 1, 2011 Leave a comment

Taí por que as coisas não mudam naquela ilha lá em cima que é governada pela mesma família há 50 anos e que não é Cuba.

 

 

Release da Prefeitura de São Luís publicado na íntegra pelo “combativo” Jornal Pequeno, que faz oposição à família Sarney. Agora é esperar que o jornal que faz oposição ao prefeito de São Luís, João Castelo – que, por sua vez, faz oposição à governadora Roseana Sarney -, publique quanto essa brincadeira custou ao erário.

O Maranhão e seu jornalismo de retalho.

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